terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

PASTORAL INTELIGENTE E CORAJOSA


“Hoje, a família é desprezada, é maltratada – continuou o Pontífice – e o que se pede a nós é reconhecer a beleza, a autenticidade e bondade que é formar uma família"

Ao contrário do que acontecia no passado, Bergoglio não entrou no final, quando entrariam todos os cardeais (eram cerca de 150), mas foi o primeiro a chegar; desta maneira pôde receber na entrada da sala do Sínodo a cada um dos cardeais, a quem saudou um por um. Entre eles também estavam os arcebispos e prefeitos das Congregações que serão criados cardeais no sábado pela manhã. “Acompanhamos vocês com a oração e o afeto fraterno”, disse o Papa dirigindo o olhar para as últimas filas, na parte esquerda da sala, onde se encontravam.
Francisco recordou que o centro da reflexão será a família, “que é a célula básica da sociedade humana. O Criador abençoou desde o princípio o homem e a mulher para que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra; assim, a família representa no mundo um reflexo de Deus, Uno e Trino”.
“A nossa reflexão – acrescentou o Papa – terá sempre presente a beleza da família e do matrimônio, a grandeza desta realidade humana, tão simples e ao mesmo tempo tão rica, cheia de alegrias e esperanças, de cansaços e sofrimentos, como toda a vida. Trataremos de aprofundar a teologia da família e a pastoral que devemos empreender nas condições atuais. Façamo-lo com profundidade e sem cair na casuística, porque isto reduziria inevitavelmente o nível do nosso trabalho”. Palavras iluminadoras para compreender o enfoque de Bergoglio sobre a pastoral familiar.
“Hoje, a família é desprezada, é maltratada – continuou o Pontífice – e o que se pede a nós é reconhecer a beleza, a autenticidade e bondade que é formar uma família, ser família hoje; o indispensável que é isto para a vida do mundo, para o futuro da humanidade”. E concluiu com as palavras sobre a necessidade de uma “pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor”.
No início, após o canto do Veni Creator Spiritus, o cardeal decano do Colégio, Angelo Sodano, pronunciou uma breve saudação. Depois o Papa e os cardeais rezaram a Hora Terceira. Antes que começasse a palestra do cardeal Walter Kasper, o secretário do Colégio Cardinalício, o arcebispo brasileiro Ilson de Jesus Montanari, deu algumas indicações técnicas. À tarde, começou o debate livre dos cardeais.